quarta-feira, 23 de abril de 2014

Está lançado o desafio

Esta manhã, uma amiga, a Ritinha, me mandou um vídeo de uma menina que resolveu ficar fera nas flexões e, em 100 dias, transformou o corpo e a vida, provavelmente. Achei inspirador e tive a ideia de compartilhar aqui um dos meus desafios pessoais:

ALONGAR, é um dos itens presente na minha lista de "resoluções de ano novo" há anos... Nunca saiu do papel, mas sempre foi uma intenção. Intenção esta que se fortaleceu imensamente depois do nascimento do meu filho. Ele, como todo bebê, tem uma flexibilidade invejável! Sempre se espreguiça todo quando acorda e também várias vezes ao dia. Brinca com sua flexibilidade e parece tão fácil! Fico pensando, nós já fomos assim... Quero voltar a ser, então! Vi que é também uma das metas para esse ano da Estela. Então, vou lançar aqui o desafio:

Alongar, por 15 minutos, TODOS OS DIAS, nos próximos 30 dias. 

Flexibilidade é uma coisa que nosso corpo precisa e que, infelizmente, não melhora com o tempo... a não ser que seja exercitada. 

Uma frase de uma professora da academia que frequento aqui me motiva: quanto mais desconfortável a posição é, mais você precisa dela. E esse será o meu mantra nos alongamentos! 

Hoje é 23 de abril, temos uma semana até o fim do mês. Minha sugestão é que cada um que ler esse post, escolha o seu desafio pessoal para todos nós começarmos no dia primeiro de maio. Fazer alguma coisa nova ou diferente por 30 dias, todos os dias. Se quiser compartilhar nos comentários o seu desafio, vou amar saber (e cobrar no fim de maio, hehehe). 

Uma coisa legal é medir de alguma forma (e anotar) o nosso status hoje naquilo que pretendemos mudar e checar o progresso no fim de maio. Eu de pé, hoje, ao tentar tocar as pontas dos pés, chego apenas no meio da canela, a 20 cm dos pés. Estou mal... eu sei! Veremos no dia 31 de maio.

Torçam por mim! E boa sorte no desafio de vocês! Força e determinação são as palavras de ordem do próximo mês!

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Lambida sagrada de mãe

O Davi chupa bico (para os goianos), chupeta (para os paulistas). Quando estamos fora de casa e o bico cai do carrinho ou encosta em superfícies não higienizadas, eu, MÃE, dou uma lambida na chupeta e ponho de volta na boca do meu filho. Não sei se isso é certo, mas eu acho que é um jeito expedito de limpar o bico das sujeiras da rua. Saliva de mãe é água benta para o PRÓPRIO filho, na minha opinião.

Passamos o domingo de páscoa na casa de uns amigos alemães, com direito a caçada de ovo no jardim! Uma delícia! Na hora em que eu e o Carlos estávamos procurando por nossas cestas de chocolates, deixei o Davi com o amigo anfitrião: um alemão, 20 e poucos anos, casado mas sem filhos, sem muito jeito com bebê (acho que o Davi foi o segundo bebê que ele segurou na vida), mas com super boa vontade e bom coração. Eles estavam no jardim também, assistindo à nossa caçada.

O Davi ficou numa boa com ele por alguns minutos, mas logo começou a reclamar. Eu, então, corri lá, peguei o bico na bolsa, joguei para o Ingo e disse "dá o bico pra ele que ele fica calmo". E fiquei olhando para ver se o Davi ia ficar bem mesmo ou se precisava de uma intervenção maior minha. 

Para minha total surpresa, o alemão pegou o bico, deu uma lambida nele e colocou na boca do Davi! Fiquei olhando sem reação. Coitado... ele provavelmente me viu fazer isso algumas vezes e achou que esse era o procedimento correto, que o bico precisava ser chupado antes de colocar na boca do menino. 

Saí rapidamente de lá, meio sem jeito, achando engraçada a cena, mas rezando baixinho para que meu filho não pegasse nenhuma doença... 

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Passeio ao sol!

O Davi nasceu no inverno mais rigoroso dos últimos 25 anos no Canadá. Desde que ele nasceu tivemos dias e mais dias de temperaturas abaixo de -20, depois começou a "esquentar" com temperaturas entre -15 e -5. Nas últimas semanas chegamos a 0 ou + um dígito, porém o vento levava a sensação térmica para valores negativos de novo. Nesse cenário, ficamos muitos dias em casa, confinados. Meu filho tem quase 4 meses e nunca tomou sol. Com isso, eu me prometi que assim que tivessemos temperatura + dois dígitos, nós iriamos para rua!

Hoje, pela primeira vez no ano, a temperatura foi + dois digitos: calorosos +13 graus!!! Me arrumei, arrumei o Davi e saímos de casa. Meu objetivo era ir com ele até a igreja e na volta passar numa lojinha para comprar sal e coisas para a granola.

A temperatura estava agradável, mas ventava. Assim que saímos do prédio, o Davi começou a berrar. Tentei empurrar o carrinho mais rápido para ver se ele se acalmava com o movimento e nada... Ele continuava berrando cada vez mais alto. Tentava conversar com ele e nada! Ele estava tão nervoso que nem me ouvia...

Parei no meio do quarteirão, peguei ele no colo e segurei o carrinho com o pé. As pessoas passavam por nós com aquela cara de "ih... parece que ele não está feliz, né?!" E eu tentando manter a calma, apesar de estar suando de calor (a 13 graus) e nervosismo. Para ajudar, enquanto eu segurava o Davi, o vento levou o carrinho e as coisas que estavam dentro dele: cobertor, ursinho de pelúcia, chupeta.

Por sorte, um velhinho estava passando e recolheu tudo pra mim, enquanto o meu filho berrava no meu ouvido. Um anjo! Recuperado o carrinho, voltamos correndo para casa. Davizinho aos berros! Depois que chegamos, ele ainda demorou alguns minutos - que pareceram horas - para se acalmar e, finalmente, dormiu.

Resultado do passeio: andamos meio quarteirão. E voltamos!

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Vida da minha vida

Minha mãe me disse para falar das coisas boas também no blog, que está parecendo que eu estou deprimida e eu não sou (e não estou) assim... Outras amigas também já me disseram que preciso contar as coisas boas da minha vida para elas, pois elas ficam sempre preocupadas já que normalmente divido só o que poderia ser melhor...

Em minha defesa, digo (penso) que as coisas boas já são boas e não preciso discutir sobre elas, mas as ruins eu tenho necessidade de colocar pra fora, analisar, tentar vê-las com outros olhos ou descobrir um jeito de modifica-las para que tudo seja só maravilhas mesmo. hehehe

Hoje, porém, vou listar algumas das muitas alegrias que o Davi me trouxe:

AMOR!
Um amor inexplicável, imensurável, gigantesco, transbordante, avassalador que me invade todas as manhãs, tardes e noites. Só de olhar pra ele, pensar nele, sentir o cheiro dele. Que me faz chorar de alegria e emoção. Muitas vezes!

Todos os meus problemas do passado ficaram pequenos e incapazes de me tirarem o sono.

Fico tonta de tanto beijo que dou nele todinho! E ele com aquela carinha de achando bão... Amo cheirar a dobrinha do pescoço dele e ele se enverga pra trás parecendo uma vírgula e fica quietinho.

Tenho receio que um dia ainda vou morder de verdade o pezinho lindo, perfeitinho que fica balançando na minha frente em cada troca de fralda.

Nunca pensei que eu fosse gostar tanto de cocos, xixis, peidos e arrotos daqueles bem mal educados. Aliás, quanto mais mal educado o arroto, mais barulhento o peido, mais feliz eu fico! Aproveitando a sessão "coisas que nunca achei que fosse amar": amo limpar o nariz e a orelha dele.

A mãozinha dele no meu peito quando mama: amor em estado bruto!

Acalma-lo nos meus braços. Olhar bem no fundo de seus olhinhos azuis e perder a noção do tempo ali, admirando... ai ai ai...

Acordar todos os dias ou no meio da noite, procurar por ele e saber que não estou e nunca estarei sozinha: muito amor!

Ver o mundo por outro ângulo, literalmente. Adoro deitar com ele no chão e olhar pra onde ele está olhando, enxergar o mundo pelo mesmo ângulo de visão que o dele ele. É uma casa completamente diferente de baixo pra cima!

Delirar de admiração e orgulho ao vê-lo mamando, sorrindo ou aprendendo um barulhinho ou movimento novo.

Saber que ele é parte de mim e eu sou toda dele.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Mais um parto real (por Sarah Mendes)

Uma das coisas mais legais desse blog é retomar ou criar contato com pessoas queridas espalhadas ao redor do mundo. Uma delas é minha prima Sarah Mendes, lá de Goiás, que vive na Espanha. A Sarinha, assim como eu, teve um natal especialmente iluminado ano passado. Iluminado pela chegada dos nossos filhos. Pedi que ela me mandasse a história dela para eu postar aqui. Leiam abaixo mais uma história real, o nascimento da princesinha Ainhoa! 

"Aqui começa a minha luta….

Como todas as mulheres que engravidam por primeira vez, li muitos livros, páginas da internet, fui a grupos de ajuda para aprender como respirar duranto o parto, como amamentar, primeiros cuidados do bebe, etc…e claro em tudo isso existe a exagerada “adoração” pelo parto normal e a amamentação.

Eu sonhava com o parto normal, e ainda por cima dizia que nao quería epidural porque sou forte (já veremos!) e tinha muito medo da cesárea porque minha mãe fez 4 e lembro que em alguma delas teve problemas, daí o meu medo.

Tive uma gravidez espetacular, só sabia que estava grávida porque a cada dia minha barriga crescia. Nao tive náuseas, enjoos, nada de nada, além disso eu que sofria há anos de enxaqueca, não soube o que era dor de cabeça durante 9 meses, isso me deixava encabulada e orgulhosa de nao estar o tempo todo reclamando da gravidez. O tempo foi passando e tudo ia muito bem. Meu parto estava previsto para dia 14/12/13.

Quando completei 36 semanas minha médica me disse que minha filha tinha 3 semanas de diferença a menos que eu, ou seja, ela tinha 33 semanas, e isso neste momento não era tão preocupante, porém  tínhamos que acompanhar com mais cuidado. Fazia ultrassom a cada 3 semanas, e logo vimos que minha placenta era insuficiente, com isso minha filha nao crescia o que deveria crescer. A doutora neste dia falou que provavelmente  teríamos que adiantar o parto, isso me caiu como uma bomba, me sentía a pior mãe do mundo, por não ter a placenta “boa” para ela, saí da consulta chorando. 

A partir deste dia  tinha que fazer acompanhamento a cada 2 dias para comprovar os batimentos cardíacos dela. 

No dia 06/12 tinha outra vez acompanhamento, estava de 38 semanas + 6 dias, eu e meu marido acordamos, tomamos o café e fomos para o hospital. Fomos atendidos às 11:00, aqui sao chamadas “Matronas” (estudam enfermería e logo faz um tipo de especializaçao) que acompanham a gravidez e muitas vezes fazem o parto se for normal e não tiver complicações. 

Colocamos os monitores e ficamos observando…em um determinado momento meu marido viu que algo nao ia bem nos monitores, então falou com a matrona e esta chamou a ginecologista, que depois de um tempo observando falou: “ pode se preparar porque sua filha nasce hoje, temos que provocar seu parto!”. Imaginem o susto! Sentia uma mistura de alegria por já poder ver minha filha, e ao mesmo tempo um desespero por não ter sido da forma que sempre sonhei. Meu marido teve um papel fundamental neste momento, me apoiou, deu força, e sempre repetía “logo logo teremos nossa princesa em nossos braços!” isso me dava algo de forças.

A PREPARAÇÃO
Subimos para a sala de preparação para o parto, me colocaram o soro com a oxitocina e monitores as 12:30, neste momento já estava mais tranquila e até feliz pela situação, nao tinha dores, não tinha contrações, achava que era a mulher mais forte do mundo… Logo eles estouraram minha bolsa, isso sim foi desagradável, fiquei com uma especie de “pinico” porque saia o líquido o tempo todo. Logo começaram as contrações, e a partir daí foram aumentando... Neste momento me dei conta que não era tão forte como imaginava, porém continuei aguentando, sem anestesia, porque claro, em todos os livros, cursos, etc…dizem que a epidural atrasa a dilatação e eu não quería atrasar meu parto. 

Foram 7 horas de contrações, sentía fome e não podía comer nada, sentía vontade de fazer xixi a cada minuto, e era aquela correria, tira monitores, põe monitores... chegou um momento que a matrona falou (como falaram para a Lia) "faz xixi aí mesmo" (no tal pinico, que horror). Depois de 7 horas de dor, tinha dilatado APENAS 2 centímetros! Incrível! Neste momento já não aguentava de dor, foi aí que literalmente gritei: “onde tá o anestesista quero a epidural agora!” (cade a super mulher que eu era???). 

Colocada a epidural consegui relaxar um pouco, mas logo a doutora chegou e viu q a coisa nao ia muito bem que não podíamos esperar mais, minha filha já entrava em sofrimento fetal, tínhamos que partir para a cesárea. Outra vez o chororo, outra vez me sentía impotente por nao ser capaz de dilatar e ter o sonhado parto normal.

O PARTO
Chegou a grande hora! Tive que me separar do meu marido, ele que esteve todo o momento ao meu lado, me dando apoio, até massagem fazia para aliviar as contrações, mas ele não podia entrar na sala de parto.

Fui levada para a sala de parto, foi tudo muito rápido, sentia tudo, tive até que pedir mais anestesia porque sentia o corte, a pressão que faziam na minha barriga, tudo! Estive completamente consciente durante todo o parto. 

Passado alguns minutos escuto aquele chorinho mais lindo, aquele que faz qualquer um chorar de emoção, mas cadê minha filha??? Eu a escutava mas não a via. Ficaram todos ao redor dela e cochichavam entre eles. Este momento foi o pior de todos, só quería ver minha filha, coloca-la no peito, como todas sonhamos, mas isso nao aconteceu... Não me davam a minha filha e não me falavam nada. Quase levantei da cama com todos os tubos que tinha, por puro desespero! 

Logo a matrona chegou perto e falou : “Calma, sua filha está bem, mas nasceu com pouco peso e terá que ficar em observação”. Outrooo susto, isso nao ia acabar nunca?? Mas mesmo assim, se ela estava bem porque nao podia vê-la?? 

Depois de um tempo, que para mim foi eterno, me trouxeram aquela coisinha tão pequena, porém linda! Mas só pude dar um beijo nela, nada mais! Outra vez não foi como sonhava! Terminaram de me “costurar” e me levaram para a sala de recuperação. Estando alí a matrona que viu meu desespero, trouxe minha filha e a deixou um tempo comigo, mas não pude dar o peito, estava muito debilitada pela cirurgia. 


Logo deixaram meu marido entrar, nunca tinha visto aquela expressão nele, quando nos viu estava pálido, quase desmaiou. Foi aí que descobri que a agonia dele foi muito maior, por estar fora quase 1 hora e não saber absolutamente nada. Então ele respirou fundo e nos beijou, completamente iluminado, com aquela alegria que só nós que somos pais sabemos como é. Passaram alguns minutos e tiveram que levar minha pequena para a sala de recém nascidos para passar esta noite em observação.

A RECUPERAÇÃO
Fui para o quarto, mas me sentia incompleta por não ter minha princesa comigo. Meu marido passou a noite comigo, eu que estava completamente debillitada, não podía levantar, não podía comer, estava um caco. Tentei dormir, mas a cada x tempo entrava a enfermeira para trocar a sonda, colocar soro, etc… Meu marido também não dormiu muito, porque a cada momento ia ver nossa filhota. 

Na manhã seguinte trouxeram minha princesa. Ela tinha passado muito bem a noite e com isso já poderia ficar no quarto comigo. Éramos só alegría, mas ela tinha que ser controlada a cada dia, tinha que dar mamadeira para saber exatamente quanto comia, porque no peito nao dá para controlar. Como ela nasceu com pouco peso era aquele cuidado com tudo, pesava todos os días, controlava o nível de glicose,etc… Mas logo ela começou a perder peso, e se chega a 2 kg tem que ir para incubadora. 

Mais uma vez aquela dor, aquele sofrimento, a cada dia ela perdia mais peso. Já estávamos no hospital a 5 dias. No sexto dia a situação era desesperadora, tinhamos problemas com o plano de saúde, minha filha só perdia peso,era um problema atrás do outro. Neste dia veio o pediatra chefe para vê-la porque já era preocupante. Ele trouxe a balança para o quarto e fez todas os testes que tinha que fazer. Resultado: ela tinha engordado 300 gramas, o suficiente para poder ir para casa. Foi só alegria!  Eu e meu marido nos abraçamos e choramos de alívio!

Até hoje não sabemos se as enfermeiras estavam errando na hora de pesar, mas o que interessa mesmo é que afinal podíamos ir para casa, depois de 6 dias de angústia.

Ainhoa  nasceu às 21:00 do dia 06/12/13, com 2,190 Kg e 46 cm. Hoje com quase 4 meses pesa 5,320 kg, mede 56 cm e está super saudável, linda e esperta!

CONCLUSÃO
Hoje vejo que temos que fazer o que é o melhor para nós e nossos filhos, se não dá para ser um parto normal, não dá e ponto, não temos que nos culpar, não somos inferiores por isso. Tenho claro que para o próximo parto quero diretamente a cesárea e com a consciência tranquila.
Chega de ser escrava da sociedade que impõe o que temos ou não que fazer!"


Sarah Mendes