sexta-feira, 30 de setembro de 2016

O resgate do Sagrado Feminino

Pela primeira vez na vida, sinto a necessidade consciente de resgatar o meu feminino e fazer as pazes com ele. É um processo, uma busca, uma caminhada para o desconhecido.

Cresci no meio de meninos, brinquei de luta, joguei bola, basquete, sempre fui boa de matemática, fiz engenharia, vivi intensamente, por um tempo, a vida boêmia, dirigia sozinha, destemida e agressivamente ("educando" ou outros motoristas, na minha egocêntrica visão) em São Paulo a qualquer hora do dia ou da noite e em qualquer região da cidade. Enfim, fiz várias coisas consideradas mais masculinas que femininas. E me orgulho disso. Me julgava racional e achava o máximo isso.

Muitas coisas foram acontecendo ao longo da minha vida e hoje consigo conectar alguns acontecimentos que me levam ao ponto em que me encontro hoje. Mas acredito que a gente só muda, qualquer aspecto da vida, quando a mudança vem de nós mesmos, de dentro. Pouco adianta alguém te falar o que você deve fazer, no fundo a gente só faz o que a gente quer. E o que a gente quer nem sempre é o que a gente acha que quer.

Sempre tive o ciclo menstrual irregular, muito irregular, do tipo de ficar menstruada pouquissimas vezes no ano (teve uma ano em que fiquei menstruada somente duas vezes). E intimamente achava isso até bom, porque ficar e estar menstruada não é a coisa mais prazeirosa do mundo mesmo. A única coisa que realmente me incomodava - extremamente! - era sempre achar que estava grávida (isso mesmo lá atrás, mesmo antes de ter vida sexual ativa, loucura mesmo!).

Em algum momento há quase 20 anos, comecei a ter enxaqueca. Tenho - numa frequencia que varia de semestral a semanal, dependendo da fase da vida - crises horríveis de enxaqueca. Dor e desconfortos incapacitantes. Meu dia de enxaqueca é perdido e o dia seguinte é de ressaca. Sensação de que minha alma quer se ejetar do meu corpo, que a expulsa com toda força que tem.

Já fiz todo tipo de tratamento que me foi recomendado: remédios alopáticos, homeopáticos, terapia, acupuntura, EFT e até regressão espiritual. Tudo que dizem que pode ajudar, eu tento com toda a minha fé e (des)esperança. Nada até agora eliminou a danada.

Tive a intuição de que o caminho para me libertar talvez passe pelo resgate do meu feminino, o nosso sagrado feminino. Aquilo que une a todas nós.

Veremos!

PS: Comecei a meditar a respeito desse tema, ouvir músicas do resgate do sagrado feminino e - coincidência ou não - fiquei menstruada na mesma semana em que comecei esse processo.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Pouca roupa tá boa!

Eu sempre gostei de usar pouca roupa, me dá a sensação de liberdade, mas, como toda boa mulher brasileira, sempre tive vergonha de mostrar minhas curvas com todas as suas "imperfeições": celulites, gorduras, etc.

No meu primeiro verão no Canadá, fiquei impressionada com o tamanho dos shorts das meninas por aqui. Admito com constrangimento que julguei deveras curto. Admito, com mais constrangimento ainda, que internamente pensei "essas estão querendo", especialmente depois de uma menina, bêbada, obviamente, falar pro meu marido no ônibus que estava sem calcinha.

Hoje, porém, amadureci o suficiente para perceber que essa exposição é, na verdade, maravilhosa, saudável e admirável! A liberdade da mulher de se expor aqui é desfrutada de forma não excludente. Mulheres de todas as formas e tamanhos usam o mesmo micro-short e isso é lindo!

Viva a aceitação de todo corpo feminino e a exposição ao sol!