Pela primeira vez na vida, sinto a necessidade consciente de resgatar o meu feminino e fazer as pazes com ele. É um processo, uma busca, uma caminhada para o desconhecido.
Cresci no meio de meninos, brinquei de luta, joguei bola, basquete, sempre fui boa de matemática, fiz engenharia, vivi intensamente, por um tempo, a vida boêmia, dirigia sozinha, destemida e agressivamente ("educando" ou outros motoristas, na minha egocêntrica visão) em São Paulo a qualquer hora do dia ou da noite e em qualquer região da cidade. Enfim, fiz várias coisas consideradas mais masculinas que femininas. E me orgulho disso. Me julgava racional e achava o máximo isso.
Muitas coisas foram acontecendo ao longo da minha vida e hoje consigo conectar alguns acontecimentos que me levam ao ponto em que me encontro hoje. Mas acredito que a gente só muda, qualquer aspecto da vida, quando a mudança vem de nós mesmos, de dentro. Pouco adianta alguém te falar o que você deve fazer, no fundo a gente só faz o que a gente quer. E o que a gente quer nem sempre é o que a gente acha que quer.
Sempre tive o ciclo menstrual irregular, muito irregular, do tipo de ficar menstruada pouquissimas vezes no ano (teve uma ano em que fiquei menstruada somente duas vezes). E intimamente achava isso até bom, porque ficar e estar menstruada não é a coisa mais prazeirosa do mundo mesmo. A única coisa que realmente me incomodava - extremamente! - era sempre achar que estava grávida (isso mesmo lá atrás, mesmo antes de ter vida sexual ativa, loucura mesmo!).
Em algum momento há quase 20 anos, comecei a ter enxaqueca. Tenho - numa frequencia que varia de semestral a semanal, dependendo da fase da vida - crises horríveis de enxaqueca. Dor e desconfortos incapacitantes. Meu dia de enxaqueca é perdido e o dia seguinte é de ressaca. Sensação de que minha alma quer se ejetar do meu corpo, que a expulsa com toda força que tem.
Já fiz todo tipo de tratamento que me foi recomendado: remédios alopáticos, homeopáticos, terapia, acupuntura, EFT e até regressão espiritual. Tudo que dizem que pode ajudar, eu tento com toda a minha fé e (des)esperança. Nada até agora eliminou a danada.
Tive a intuição de que o caminho para me libertar talvez passe pelo resgate do meu feminino, o nosso sagrado feminino. Aquilo que une a todas nós.
Veremos!
PS: Comecei a meditar a respeito desse tema, ouvir músicas do resgate do sagrado feminino e - coincidência ou não - fiquei menstruada na mesma semana em que comecei esse processo.
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