Hoje minha mãe me disse que gostaria de ter deixado um comentário no post "Quebrando o transe" dizendo que estou meio caminho andado, pois percebi que passar 40 minutos no limpando o fogão é uma fuga e que só o fato de SABER disso já é uma evolução.
Fiquei pensando nisso. De fato, eu sinto uma necessidade real de tudo limpo e em ordem ANTES de começar a trabalhar. Pra mim, é muito difícil trabalhar com a casa suja, por exemplo. Fico realmente incomodada, não consigo concentrar. A gaveta desorganizada, então, é desordem mental. Não consigo focar em outra coisa até resolver aquele problema universal primeiro.
Isso tudo eu realmente sinto. É quase que um desconforto físico. Mas acho que finalmente entendi que isso é pura fuga. Por mais que seja óbvio pra todo mundo que vê de fora, a sensação de incapacidade de me concentrar no trabalho porque determinada coisa não estava do jeito que eu acho que deveria é real. E, por isso, eu não conseguia ver como fuga. Honestamente. Eu sentia como "First things first": as coisas mais importantes em primeiro lugar! E organizar o espaço, pra mim, naquela hora, era mais importante.
Por isso, tenho que concordar com a minha mãe. A percepção de que isso tudo não é real e, sim, uma fuga é, definitivamente, um grande avanço. É o primeiro e necessário passo.
Estou escrevendo isso para mim mesma. Para eu não me esquecer: essa sensação - quase física, repito - de dar importância exagerada a coisas não urgentes é uma fuga. A sensação, por mais real que seja, não representa uma verdade, não é a realidade. É, simplesmente, fuga.
Outra coisa que tenho que quero registrar é que essa percepção é, sim, uma evolução. Evolução que não resolve o problema, mas é parte obrigatória da solução.
Obrigada por ter me chamado atenção pra isso, mãe!
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