quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Sunny day

Meninos brincando na sala e eu trabalhando no sofá. Paro um instante para curtir o calorzinho gostoso do sol na minha perna, deito a cabeça no sofá e fecho os olhos. Imediatamente, Davi corre pro meu lado:

- Mãe, abre o olho. Não pode fechar o olho. - diz preocupado.

- Por que não, filho?

- Porqueee...

Fica um momento calado, olhando para os lados, como quem procura alguma coisa, olha pra janela e diz:

- ... it's sunny outside.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Força de vontade

Sempre imaginamos a força de vontade como um esforço enorme que temos que fazer contra alguma coisa potencialmente negativa, exemplos: não comer aquele doce quando se quer perder peso, não assistir ao terceiro episódio seguido daquela série do Netflix quando deveria dormir cedo, não abrir o site de notícias ou o facebook quando precisa trabalhar, não mandar mensagem para aquele gatinho quando sabe que ele não te valoriza o suficiente, não gritar com o filho, etc. É sempre uma força de RESISTÊNCIA a algo que impulsivamente fariamos, sem considerar o impacto a longo prazo daquilo. Conter o prazer ou o alívio imediato para se manter coerente a um objetivo de vida maior, de médio e longo prazo.

Uma inversão de perspectiva pode, oxalá, ajudar na hora de nos mantermos firme no propósito maior: enxergar a força de vontade como a força do que é desejado. Por exemplo: perder peso mesmo diante de um chocolate, começar a trabalhar e dormir cedo apesar das distrações, etc.

Vou tentar perceber a minha força de vontade como a força do meu objetivo maior, a força daquilo que eu quero a longo prazo. Vamos ver se ajuda alguma coisa.


sexta-feira, 4 de novembro de 2016

O quereres

Davi está com menos de 3 anos e anda muito desafiador. Sabe exatamente, com toda a convicção dos terrible twos,  o que quer e o que não quer e deixa isso bem claro.  A cuidadora dele me contou ontem que na hora de guardar os brinquedos todas as crianças estavam ajudando, menos ele. Ela mandou que ele ajudasse e ele respondeu firmemente encarando-a:

- Eu não quero guardar os brinquedos.

- Se vc não ajudar, vai ter que guardar tudo sozinho.

- Eu quero guardar tudo sozinho. 

As outras crianças, que pacientemente organizavam o ambiente, pararam e disseram, uma após a outra:

- Eu quero guardar sozinho! 

- I wanna tie up alone - disse até a mais pequenininha deles.

A cuidadora não podia afirmar com certeza, mas disse que até o Bento balbuciou alguma coisa nesse sentido.

Davi, obrigada por nos proporcionar diariamente oportunidades de evolução pessoal, mas vem cá, está muito cedo pra virar adolescente, tá não, filho?! rs

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

O resgate do Sagrado Feminino

Pela primeira vez na vida, sinto a necessidade consciente de resgatar o meu feminino e fazer as pazes com ele. É um processo, uma busca, uma caminhada para o desconhecido.

Cresci no meio de meninos, brinquei de luta, joguei bola, basquete, sempre fui boa de matemática, fiz engenharia, vivi intensamente, por um tempo, a vida boêmia, dirigia sozinha, destemida e agressivamente ("educando" ou outros motoristas, na minha egocêntrica visão) em São Paulo a qualquer hora do dia ou da noite e em qualquer região da cidade. Enfim, fiz várias coisas consideradas mais masculinas que femininas. E me orgulho disso. Me julgava racional e achava o máximo isso.

Muitas coisas foram acontecendo ao longo da minha vida e hoje consigo conectar alguns acontecimentos que me levam ao ponto em que me encontro hoje. Mas acredito que a gente só muda, qualquer aspecto da vida, quando a mudança vem de nós mesmos, de dentro. Pouco adianta alguém te falar o que você deve fazer, no fundo a gente só faz o que a gente quer. E o que a gente quer nem sempre é o que a gente acha que quer.

Sempre tive o ciclo menstrual irregular, muito irregular, do tipo de ficar menstruada pouquissimas vezes no ano (teve uma ano em que fiquei menstruada somente duas vezes). E intimamente achava isso até bom, porque ficar e estar menstruada não é a coisa mais prazeirosa do mundo mesmo. A única coisa que realmente me incomodava - extremamente! - era sempre achar que estava grávida (isso mesmo lá atrás, mesmo antes de ter vida sexual ativa, loucura mesmo!).

Em algum momento há quase 20 anos, comecei a ter enxaqueca. Tenho - numa frequencia que varia de semestral a semanal, dependendo da fase da vida - crises horríveis de enxaqueca. Dor e desconfortos incapacitantes. Meu dia de enxaqueca é perdido e o dia seguinte é de ressaca. Sensação de que minha alma quer se ejetar do meu corpo, que a expulsa com toda força que tem.

Já fiz todo tipo de tratamento que me foi recomendado: remédios alopáticos, homeopáticos, terapia, acupuntura, EFT e até regressão espiritual. Tudo que dizem que pode ajudar, eu tento com toda a minha fé e (des)esperança. Nada até agora eliminou a danada.

Tive a intuição de que o caminho para me libertar talvez passe pelo resgate do meu feminino, o nosso sagrado feminino. Aquilo que une a todas nós.

Veremos!

PS: Comecei a meditar a respeito desse tema, ouvir músicas do resgate do sagrado feminino e - coincidência ou não - fiquei menstruada na mesma semana em que comecei esse processo.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Pouca roupa tá boa!

Eu sempre gostei de usar pouca roupa, me dá a sensação de liberdade, mas, como toda boa mulher brasileira, sempre tive vergonha de mostrar minhas curvas com todas as suas "imperfeições": celulites, gorduras, etc.

No meu primeiro verão no Canadá, fiquei impressionada com o tamanho dos shorts das meninas por aqui. Admito com constrangimento que julguei deveras curto. Admito, com mais constrangimento ainda, que internamente pensei "essas estão querendo", especialmente depois de uma menina, bêbada, obviamente, falar pro meu marido no ônibus que estava sem calcinha.

Hoje, porém, amadureci o suficiente para perceber que essa exposição é, na verdade, maravilhosa, saudável e admirável! A liberdade da mulher de se expor aqui é desfrutada de forma não excludente. Mulheres de todas as formas e tamanhos usam o mesmo micro-short e isso é lindo!

Viva a aceitação de todo corpo feminino e a exposição ao sol!

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

O poliglota!

Davi me pede um pedaço a mais de sobremesa. Concedo e sucede-se o seguinte diálogo:
- Como é que fala, filho?
- Thank you!
- Muito bem! E em espanhol? (a cuidadora dele é colombiana)
- Gracias! - diz com a entonação mais fofa!
- Isso! E em português?
- Obrigado, Brasil!
hahaha

domingo, 28 de agosto de 2016

Obediência

Hoje eu estava sentada na cabeceira da cama amamentando o Bento. O Davi entra, apoia os cotovelinhos no colchão ao pé da cama e fica calado me olhando. Aproveito para pedir um favor:

- Filho, pega uma meia do Bento na gaveta pra mamãe?

Ele vira só o rostinho, olha pra gaveta, olha pra mim de novo e pergunta:

- Please?

- Sim, meu bem, please. Pega uma meia do Bento pra mim por favor?

Ele, que se mantém na mesmíssima posição, cotovelinhos apoiados no colchão olhando pra minha cara, sério, diz:

- Não. To ocupado.
😳

sábado, 27 de agosto de 2016

Obviedades

Davi: Mãe, hoje é sábado?

Eu: É, sim. Se hoje é sábado, amanhã é que dia, filho?

Davi: Tomorrow.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Hi-5!

Davi, já deitado para dormir, começa a gritar por mim. O Carlos, que estava mais disponível no momento, vai ver o há. Davi ignora e continua a me chamar. Carlos tenta em vão conversar com ele, que agora já chora:

- Mamãaae! Mamãaae!

Preocupada, entro no quarto:

- O que foi?!

Ele imediatamente me olha com a carinha mais safada do mundo, sorri, estica a mãozinha espalmada e diz:

- High five!

hahaha

O Carlos ficou puto, claro, mas eu achei divertidíssimo! Dei um high five, um cheiro, um abraço, um beijo e saí do quarto. Ele dormiu. <3 span="">

Superpoderes que a maternidade me deu!

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Sede sagrada

A maior e melhor sede é aquela que dá sempre quando o bebê começa a mamar. É uma prova sensível da perfeição da natureza, do corpo, da vida. É uma sede impossível de ignorar. É o corpo demandando a água de que o filho precisa. Água de amor.

Quando vir uma mulher amamentando, ofereça um copo d'água. Sempre! Mamãe e bebê agradecem.




domingo, 14 de agosto de 2016

Conexão mãe e filho

Me impressiona o quão bem eu conheço meus filhos. Nossa conexão é tamanha que as vezes parece que somos um ser único, dividido em dois corpos. Só me dei conta disso agora no segundo filho. Talvez porque no primeiro eu estava cheia de preocupações sempre e não dediquei o mesmo tempo de qualidade ao presente a ponto de perceber a intensidade e a força dessa conexão.

O primeiro filho me trouxe a experiência, me ensinou tanto, me tornou uma melhor mãe para ele e para o irmão. O segundo me dá a oportunidade de só curtir o lado bom da maternidade, sem preocupações exageradas. De viver o presente, presente. Isso é ouro!

Hoje a conexão com os dois é visceral. Sinto na alma o que eles sentem e sinto que eles, da mesma forma, sente o que se passa comigo. É uma coisa louca e linda!



Comunicação

Uma frase que ouvi ontem e achei muito boa:

Comunicação não é o que você fala, mas o que o outro entende.

É quase que o oposto do "eu sou responsável pelo que digo, não pelo que vc entende.", mas penso que é sempre mais saudável garantir que o outro ouviu o que você quis dizer, pois a mensagem (comunicação) de fato estabelecida é a que o ouvinte entendeu mesmo.

né!?

Olimpíadas

Dizem que aos dois anos de idade a criança acredita que é o centro do mundo e que todo o resto existe por causa dela e para ela. O Davi certamente pensa assim, que é o protagonista de todos os eventos mundiais.

Nessa época de Olimpíadas, este é o assunto predominante por aqui: "Brasil jogou", "Canadá está jogando", etc. E o Davi deu de arremessar coisas pela casa.

Eu, brava:

- DAVI, o que está acontecendo, filho? Por que isso agora???

- My jogando! - joga um brinquedo em minha direção e sai com os bracinhos levantados gritando:

VAI, B'ASIL!!!!

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Diversão do fim de semana

No sábado a tarde, fomos ao aniversário da Julia, amiguinha do Davi. Quando chegamos em casa, ele comentou.

- My deu presente Julinha.

- Ah é, filho?! E o que ela disse?, perguntei (esperando saber se ela tinha gostado).

Um instante de silêncio, virou os olhinhos como que lembrando do momento, e respondeu, imitando a voz da amiguinha:

- Good mooorning!

hahahahaha


Mais uma do fim de semana.

Domingo fomos à praia. No carro, eu aproveitava a viagem para pentear meu cabelo com os dedos. Quem já teve filho e amamentou, provavelmente sabe o que acontece: a mão sai cheia de cabelo, que eu ia colocando no painel do carro. De repente, o Davi, sentado no carseat atrás do banco do motorista, diz:

- My tilô cabelo.

- O que, filho?, perguntei sem olhar.

- My tilô cabelo.

Quando olho, está ele com um tufo do cabelim loirim dele nas mãos.

Dança cura!

Desde que tive filho, a minha balada mudou para sábado e domingo de manhã. O Davi acorda muito cedo e com a corda toda! Quem me conhece bem sabe que acordar cedo não é o meu forte. Faço jus ao meu apelido de infância: Liazinha shopping center (só abre depois das 10). A solução que encontrei foi colocar um samba e começar o dia dançando.

No sábado, estava focada lendo uma receita de panqueca e não percebi quando a música parou. O Davi, então, chamou minha atenção:

- Ô-ou, mãe, múca cabô! Oh no!

- É mesmo, filho! Já vou colocar mais, só vou pegar os ingredientes da panqueca aqui, disse eu, abrindo a geladeira.

- Não, mãe, múca first!

- Primeiro a música?

- É!

- Você gosta de música, filho?

- My góta mamãe dançá.

<3 span=""><3 span=""><3 span="">

É ou não é pra morrer de amor?!

PS: Ele parou de se referir a ele mesmo na terceira pessoa - "Davi (verbo)" - e começou a usar a primeira pessoa assim: "My (verbo)".


Continuando a história, coloquei a música, emocionada, e fui abraça-lo pra dançarmos juntos. Ele se afastou:

- Não, mãe. My dança myelse. - ("myself") disse, balançando o corpinho miúdo.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Bento


Bento descobriu que olho pra ele quando tosse. Agora fica tossindo forçadamente. Quando olho, abre o maior sorrisão. Safadeza pura!


Bento e uma cesta cheia de brinquedos próprios para a idade dele (mordedores, bonecos de pano, chocalhos). Com o que ele quer brincar? Com a cesta, claro. Brinquedos para quê?


quarta-feira, 20 de julho de 2016

Bolo

Todo dia 20 faço um bolinho pro Bento e cantamos parabéns. Hoje, cantamos em inglês primeiro e, quando acabou, eu disse:

- Agora Português.

Então, o Davi começou a entoar, em ritmo de Parabéns, sério:

- Tortuguêeees, Tor-tuuuuu-gueeeeeeeeeeees...

hahahaha

Bem português mesmo! Ah! Se ele não tivesse só 2 anos...

Tem uma outra coisa fofa que ele faz há tempos: não importa o aniversariante, ele sempre coloca o nome dele no parabéns em inglês, tipo:"Happy birthday dear Bento-Daaaaavi (mamãe-Daaaavi, no meu aniversário), happy birthday to you"

.............................................................

Acabei de coloca-lo pra dormir e ele, deitado, comentou qualquer coisa sobre o teto do quarto e depois disse:

- Minha casa.

Eu:

- É, sim, sua casa. Que parte da nossa casa você mais gosta?

Ele:

- Comer bolo Bento. Davi gosta.

Mamãe cagou?!

Mais uma dessa semana, porque não resisto:

Comecei a correr (treinar para a meia-maratona em outubro) no parque onde o Davi brinca todos os dias. Como estou super fora de forma (a última vez que corri foi na meia-maratona de maio de 2015, antes mesmo de saber que estava grávida do Bento), terminei minhas duas voltas quebrada, andando com dificuldade.

O Davi me viu de longe, quando me aproximava do playground andando devagar e com as pernas entreabertas. Preocupado, levantou, olhou pra mim sério, com cara de real preocupação, e perguntou, em voz alta no meio de todas as pessoas ali presentes:


- MAMÃE CAGOU?

terça-feira, 19 de julho de 2016

Passarinho

Ontem o Davi estava sentado no parque comendo um pote de mingau. Focado. Uma colherada atrás da outra, nem um sujinho fora da boca, até que, em uma das últimas colheradas, deixou cair um pouco no chão. Na mesma hora, foi com a colherzinha tentar pegar o que havia caído na terra para comer. Eu, então, disse:

- Deixa pro passarinho, filho.

Ele gostou da ideia, levantou imediatamente com o potinho, falando:

- Passarinho! Pro passarinho!

O Carlos, imaginando que ele ja estava satisfeito, pegou o pote, a colher e ia comer o resto. O Davi protestou na hora:

- Passarinho! Passarinho, pai!

- O papai é o passarinho, disse o Carlos já levando uma colherada de mingau à boca.

- Não! Davi passarinho!

Tomou o pote da mão do pai e tratou de comer rapidamente o restante com a carinha mais safada do mundo.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Davi acordôooooo

Sexta-feira e fomos buscar o Davi de carro pensando em passar o fim da tarde com ele no lago. Ele entrou no carro e disse:

- Davi cansado. Davi comê e dormir.

Eu, então, disse pro Carlos:

- Melhos deixarmos o passeio pra outro dia e irmos direto pra casa.

O Davi imediatamente me interrompeu com a voz mais animadinha do mundo:

- Davi acordôooooo!!!

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Dodói

Ontem o Davi não estava conseguindo dormir e ficava chamando por mim, que o ignorava propositadamente na esperança de que dormiria logo. Ele continuou, cada vez mais alto. Abri a porta do quarto, meio brava já, e perguntei:

- O que tá acontecendo, filho?

E ele (desse jeitim):

- Tá acontecendo dodói.

Cheguei perto e ele estava ardendo em febre. Peguei o remédio, estava lendo a bula e pensando em voz alta: "Quantos quilos você tem..."

E ele, todo animadinho, pois adora tomar remédio:

- Tem! Tem! Davi tem quilos! two, three, four, five, six, seven, eight quilos! Davi tem eight quilos.






terça-feira, 12 de julho de 2016

Com açucar, com afeto

Não gosto de dar doces pro Davi e sempre converso com o Carlos sobre os malefícios do açucar para a criança. Outro dia perguntei:
- Davi, o que você comeu hoje?
Ele, sério:
- Açucar.
- O quê?!
- Açucar.
- Como assim, filho, "açúcar"?
- Bolo.

.........................................

O Carlos sempre anda com chocolates na mochila. Esses dias encontramos o Davi na sala, sentadinho no chão com a mochila aberta, um monte de papel de chocolate vazio ao redor, a boca toda suja de chocolate, balançando a cabecinha afirmativamente e falando, sério:

- Bom! Isso, bom!

Não sei se essas coisas são divertidas pra quem lê, mas eu acho muito engraçado ao vivo e quero compartilhar! E sei que ando monotemática, mas estou apaixonada mesmo. 2 anos, que idade maravilhosa!



domingo, 26 de junho de 2016

Ovinho "bulido"

Davi me convencendo a levantar da cama de manhã:
- Papai fez ovinho "bulido".
<3 span="">
.....................


Normalmente comemos arroz integral, mas domingo fiz arroz branco. Na hora de me servir, comentei:
- Hum, que delícia! Arroz branquinho!!!

Davi, sério:
- Branquinho? Verde não?!


quinta-feira, 23 de junho de 2016

TOC

Sempre que abro um pacote de fraldas novo, eu jogo todas pra cima, fazendo uma chuva de fraldas no Davi. Ele adora, fica fraco de tanto rir! Depois guardamos todas no lugar certo e acaba a brincadeira. Hoje, eu joguei as fraldas, rimos e saí do quarto para fazer qualquer outra coisa. O Davi, sério, me chamou de volta.

- Mãe, recolher, mãe. No funny. Recolher. No funny. - enquanto arrumava sozinho a bagunça que eu havia feito no quarto dele.

Será que ele vai continuar maravilhoso assim quando for adolescente?!


terça-feira, 14 de junho de 2016

Davi doing

Quando o Davi acaba alguma coisa, ou quer que a coisa acabe logo (tipo, quando começo a escovar os dentes dele), ele diz "Oooo dan!" (all done!). Muito fofo! Ontem no parque, ele estava escalando uma paredinha e quando chegou ao fim disse, pra ele mesmo, "all done.". Eu estava perto e querendo ir embora, aproveitei o ensejo e disse:

- All done, filho? Vamos embora, então?!

Ao que ele respondeu:
- Não all done. Davi DOING.

hahaha

2 anos e meio, diversão garantida!

domingo, 1 de maio de 2016

2 anos: melhor idade?

2 anos, melhor idade!

Eu: Filho, o que vc comeu hoje?
Ele (bem sério): Comida.

Eu: Filho, hoje receberemos um amigo em casa. Ele só fala inglês. Vc sabe falar inglês?
Ele: Inglês.

No outro dia:

Eu: Davi, o que vc comeu hj?
Ele: Food.
Eu: Que tipo de comida, filho?
Ele: Lunch.

Pai: O Davi é do papai?
Ele (sério): Não. Da mamãe.



sábado, 30 de abril de 2016

O mal dos extremismos

Eu não me considero (mais) uma pessoa intolerante com discordâncias de qualquer natureza, inclusive política. Acho que diferentes visões de um mesmo assunto são importantes, possibilitam a evolução dos envolvidos, nem que seja a evolução pessoal de aceitação dessas diferenças. 

Quando disse ontem que não entendo como alguem que tenha assistido o julgamento do impeachment no Senado, continuar defendendo o golpe, não quis dizer, hora alguma, que não entendo quem não goste do governo da Dilma. Ao contrário, no mesmo post, eu ressalto que o governo da Dilma teve inúmeros erros e está longe da perfeição, que, convenhamos, não existe. O que eu me esforço para entender é como alguém, instruído, que estudou na sua formação secundária os efeitos do golpe de 64, se compactuar com o impeachment de uma presidenta honesta. 

Chamar a Dilma de criminosa, sem que absolutamente nenhum crime cometido por ela tenha sido comprovado, é de uma injustiça de doer meu estômago. Achar que isso é tolerável em nome do "bem do Brasil" é desumano. Além do mal a ela própria ainda ignora escolha da maioria da população em 2014. Isso sim eu chamo de democracia seletiva. O que o povo votou não vale, o que vale é a farsa que os corruptos (muitos acusados de crimes bem piores, como corrupção, enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro, contas comprovadas em paraísos fiscais, etc) criaram para tirar aquela de quem você não gosta. 

E depois dizer que é a esquerda que é intolerante. É o PT que não quer sair do poder. Não tem a menor lógica esse raciocínio. 

Se estava insatisfeito com o governo dela a ponto de não suporta-la nem um minuto no poder, que pedisse eleições antecipadas. Que parasse o Brasil até que houvesse novas eleições. Isso, sim, seria uma abordagem legitima do problema. Agora compactuar com uma farsa, um crime inventado atribuido a uma pessoa honesta, isso não. Isso já ultrapassa a esfera de discordância política. É a lei do vale tudo para conseguir o que eu quero, de os fins justificam os meios. 

Pra mim, a pessoa que age dessa forma - do vale tudo, o que importa é o resultado final - é uma pessoa capaz de atropelar quem estiver no seu caminho, como atropelaram a constituição ontem. É uma pessoa que recorre à trapaça para que ela saia favorecida, para que prevaleça sua vontade. Pois foi exatamente isso que aconteceu. Muitos até afirmaram claramente: "ficou claro no Senado que não há crime de responsabilidade, mas a população já não quer mais a Dilma e será melhor para o país que ela seja afastada". Nem disfarçar que acredita no crime que nunca existiu precisa mais, pois o que importa é o bem do país. E, para o "bem do país", vale tudo. 

É disso que estou falando. É isso que tenho dificuldade imensa de entender.

Outra coisa que não consigo achar bem intencionado ou inteligente, é dizer que quem votou na Dilma que colocou o Temer na presidência. Todos sabem que no Brasil vota-se no plano de governo. E Temer, ao ser dispor a ser vice da Dilma, explicitamente concordava com o plano que foi votado. Se tem culpado pelo Temer estar na presidência é, obviamente, ele, que se associou à oposição para articular o golpe e quem apoiou o #Fora Dilma a qualquer custo. Não me venha dizer, por favor, que quem votou na Dilma, votou no Temer na presidência. Poupe-me dessa ignorância.

Sei que ainda estou longe de atingir o nirvana no quesito desapego e tolerância, mas já andei um longo caminho e tenho total segurança para afirmar meu respeito absoluto por discordância política ou qualquer outra no plano das ideias. Quando o ataque é pessoal e injusto, ai, sim, ainda preciso caminhar muito!

PS: Essa demonização do PT é uma coisa muito perversa, patológica até e que não faz o menor sentido. Todo mundo sabe que em qualquer grupo de pessoas, há divergências. Qualquer meia dúzia de gente que se junta, há os realmente preocupados com o bem comum e os preocupados com o próprio bem acima de todos, há os honestos e os desonestos. Em qq grupo de pessoas e, obviamente, em qq partido político. Não achei que seria necessário mais falar isso, mas o PT não inventou a corrupção e a corrupção não será erradicada eliminando essa "praga". Essa é a ideia que os maiores corruptos querem que você acredite, pois uma vez o PT fora, vc fica satisfeito e tudo volta à normalidade. Não estou, com isso, adotando nenhum corrupto de estimação, só estou mostrando o mal que essa ideia convenientemente implantada causa.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Dilma guerreira!

Eu realmente não entendo como alguém, com um mínimo de instrução, que tenha assistido ao julgamento do impeachment no Senado (acusação e defesa) ainda defenda o golpe. Entendo que o governo da Dilma tinha muitos problemas, mas no regime em que vivíamos deveríamos esperar as eleições para tirar um governo ruim. Acusá-la de crimes que ela claramente não cometeu é de uma injustiça de revirar o estômago! OS FINS NÃO JUSTIFICAM OS MEIOS. Pensem: por que a votação do impeachment na Câmara foi amplamente televisionada, com muitos de vocês acompanhando os discursos dos deputados, e no dia em que a presidenta vai ao Senado, a programação corre normal? A sabatina que fizeram durante quase 15 horas com a Dilma, essa sim, deveria ter sido amplamente televisionada, dando a oportunidade para a população ouvir acusação e defesa, não acham? Peço que assistam esse pequeno vídeo que mostra rapidamente um pouco do que foi acusação e defesa, e pensem: de que lado da história você quer estar?


Pra quem quiser entender melhor todo o processo, sugiro a síntese didática feita pelo Cardozo no Senado:

https://youtu.be/i6x8mvxwK_w


À Dilma, toda minha admiração e todo meu amor! Mulher de fibra, guerreira, que deu um show de resistência e dignidade. 



PS: Eu sei que os meus posts políticos não fazem o menor sucesso, e muitas vezes, desde meus tempos de bixete na Poli, sou tida como "A chata" quando toco no assunto. Sei que quase todos me ignoram e, por isso, pensei em não escrever nada e fingir que nada está acontecendo. Porém, ao chegar hoje na universidade, recebi a visita na minha sala de um professor de muito prestígio aqui, que veio me dizer que sente muito pelo Brasil, que ficou claro pra ele que a corrupção é institucionalizada aí e que o senado tirou a única pessoa que fez alguma coisa efetiva para acabar com isso. Não consegui focar no trabalho aqui, sem fazer esse desabafo. 





sexta-feira, 8 de abril de 2016

Obrigada, mãe!

Hoje minha mãe me disse que gostaria de ter deixado um comentário no post "Quebrando o transe" dizendo que estou meio caminho andado, pois percebi que passar 40 minutos no limpando o fogão é uma fuga e que só o fato de SABER disso já é uma evolução.

Fiquei pensando nisso. De fato, eu sinto uma necessidade real de tudo limpo e em ordem ANTES de começar a trabalhar.  Pra mim, é muito difícil trabalhar com a casa suja, por exemplo. Fico realmente incomodada, não consigo concentrar. A gaveta desorganizada, então, é desordem mental. Não consigo focar em outra coisa até resolver aquele problema universal primeiro.

Isso tudo eu realmente sinto. É quase que um desconforto físico. Mas acho que finalmente entendi que isso é pura fuga. Por mais que seja óbvio pra todo mundo que vê de fora, a sensação de incapacidade de me concentrar no trabalho porque determinada coisa não estava do jeito que eu acho que deveria é real. E, por isso, eu não conseguia ver como fuga. Honestamente. Eu sentia como "First things first": as coisas mais importantes em primeiro lugar! E organizar o espaço, pra mim, naquela hora, era mais importante.

Por isso, tenho que concordar com a minha mãe. A percepção de que isso tudo não é real e, sim, uma fuga é, definitivamente, um grande avanço. É o primeiro e necessário passo.

Estou escrevendo isso para mim mesma. Para eu não me esquecer: essa sensação - quase física, repito - de dar importância exagerada a coisas não urgentes é uma fuga. A sensação, por mais real que seja, não representa uma verdade, não é a realidade. É, simplesmente, fuga.

Outra coisa que tenho que quero registrar é que essa percepção é, sim, uma evolução. Evolução que não resolve o problema, mas é parte obrigatória da solução.

Obrigada por ter me chamado atenção pra isso, mãe!

Mamita linda e Davi rezando no Natal de 2015

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Quebrando o transe

Ontem estava sendo um daqueles dias de ansiedade. Em casa, sabendo que tenho que trabalhar muito, ansiosa por saber das minhas obrigações e sem fazer nada do que deveria. Ao contrário. Compulsivamente, comi 10 quadradinhos de chocolate. Tomei café da manhã e almocei na sequencia, naveguei no facebook, conversei no whatsapp, mas nada disso foi prazeroso. Aquela sensação de estar fazendo a coisa errada estava ali. Sempre.

Começou a dor no olho esquerdo, princípio de enxaqueca. Eu, mentalmente, me convencendo que merecia uma lata de leite condensado. Mais que merecia, precisava. Um transe terrível em que eu era, passivamente, a vítima, e não conseguia fazer nada a respeito a não ser sentar e abrir a lata de leite condensado. E o dia passando rapidamente.

Resolvi começar a organizar a casa. Coloquei coisas no lugar e fui pra cozinha. Lavei tudo. Arrastei o fogão, limpei paredes e chão embaixo do fogão. Tirei todas as bocas do fogão e as lavei. Lavei a plataforma embaixo delas também. 40 minutos limpando fogão, apenas. Apenas o fogão.

Senti-me um pouco melhor. De certa maneira, rompi o transe que me levava ao leite condensado. Fiz alguma coisa útil, mas ainda não meu doutorado.

terça-feira, 5 de abril de 2016

Peso





Outro desafio, além de voltar ao trabalho, é voltar ao peso de antes da gravidez. Os dois desafios exigem a mesma coisa: esforço diário! Oxalá que eu seja bem sucedida!

segunda-feira, 4 de abril de 2016

O Retorno


Bento, 2 meses
 "Quando a luz dos olhos meus
  e a luz dos olhos seus
  resolvem se encontrar...
 Ai que bom que isso é, meu Deus"

Esse é o Bento. Um anjo que veio morar em mim e comigo, pra sempre. O irmão mais novo do Davi, outro anjo que já me habita há mais de 2 anos. Sinto-me extremamente abençoada por tê-los em minha vida! E é principalmente por eles que me esforço para ser uma pessoa melhor a cada minuto. Nem sempre sou bem sucedida, ainda tenho um caminho longo a percorrer para ser a mãe que eles merecem. Mas estou me esforçando e sendo muito bem recompensada nesse caminho.

Davi, 2 anos e 3 meses
Estou aos poucos voltando ao trabalho. Ainda o doutorado. Davi está com 2 anos e 3 meses. Bento, 2 meses. Olho pra eles e vejo o quanto o tempo passou rápido e eu ainda com o doutorado por terminar. Deu para gerar dois seres humanos inteiros. Um deles já está com 1 m de altura e o outro com 63 cm. Minha tese... poucas páginas.

Isso me atordoa. Fico pensando na quantidade de gente que começou o doutorado na mesma época que eu e já terminou. Passo perto dos lugares que íamos juntos e penso que teve um tempo em que estávamos todos na mesma situação. E era bom! Aos poucos a população na universidade foi mudando de cara e meus amigos mais chegados já seguiram seus caminhos. Enquanto eu fiquei pra trás. Sei que nao é verdade, pois tenho os meninos, mas é uma sensação que vem e me assola.

Esse fim de semana, comentei sobre isso com uma mulher mais velha. Suas duas filhas tem 20 e 23 anos. Ela me lembrou, sabiamente, que daqui a alguns anos meu doutorado vai importar pouco, mas meus filhos... Ah, meus filhos!

É bom ser lembrada dessa verdade, mas agora o doutorado ainda é grande parte de mim e uma parte que preciso enfrentar e resolver. Pelo meu bem e bem dos meus meninos também! Vamos, Lia! Ânimo!!!

Nós